O Brasil hoje é o 6º maior produtor mundial de cacau, sendo que a maior parte do produto vem do Nordeste
O mundo chocolate não é mais apenas baseado em sabor, composição e textura. As credenciais ambientais do produto também são levadas a sério, ainda mais quando a pauta ESG é tão discutida no meio empresarial.
Pelo menos é isso que a Dengo pretende investir seus esforços nos próximos anos, além da própria expansão da rede. Em entrevista à Bloomberg, Tulio Landin, co-CEO da empresa, disse que a companhia enxerga potencial de crescimento na Europa, que tem regras ESG rigorosas, e também na América do Norte. “A meta é ter mais duas lojas em Paris e uma presença nos EUA até 2026”, falou.
Para produzir seu chocolate, a Dengo costuma comprar cacau com um prêmio que varia entre 70% e 200% do preço de mercado. E o que isso significa? Quanto mais sustentável for o produto, maior será o prêmio pago a mais de 160 produtores locais e outros pequenos de zonas pobres próximos a Trancoso, sul da Bahia, onde a empresa produz suas delícias.
A companhia, que começou em 2017 em São Paulo, tem 38 lojas nas maiores cidades da América Latina e duas em Paris. Porém, ela não vai parar por aí.
A Dengo está investindo US$ 20 milhões em uma nova fábrica prevista para ser inaugurada em 2025. Com 11 mil metros quadrados, deve expandir a produção em 500%. Além disso, a marca planeja aumentar o número de produtores registrados para 3 mil, um aumento exponencial de 1775%, segundo Landin à Bloomberg.
Mercado aquecido
O apetite do brasileiro por chocolate só vem crescendo. No terceiro trimestre de 2023, o país consumiu 597 mil toneladas do produto, aumento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já nos três primeiros trimestres do ano passado, o Brasil produziu 615 mil toneladas de chocolate, aumento de 10,6% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas.
O Brasil hoje é o 6º maior produtor mundial de cacau, sendo que a maior parte do produto vem do Nordeste.