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Visa vê tokenização como caminho para se tornar “rede das redes” no mercado

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Em entrevista da EXAME, executivos da gigante de meios de pagamento destacaram vantagens trazidas pela integração com tecnologia blockchain

Visa tem se posicionado para assumir a posição de “rede das redes” no mercado global de movimentação de valores e vê a tokenização via tecnologia blockchain como um caminho para intensificar seu movimento nessa direção. É o que afirmam executivos da companhia em uma entrevista à EXAME durante a Febraban Tech 2024.

Julio Ramos, diretor executivo de Soluções para Mobilidade Urbana da Visa, destaca que a empresa já trabalha com a tokenização há anos, mas não na versão conhecida do mercado de criptomoedas. Na visão deles, a versão aplicada no mundo cripto, em que há o registro de um ativo em uma rede blockchain, seria a “versão mais sofisticada” para o processo disponível no momento.

Já na ponta “tradicional”, a Visa registrou recentemente uma expansão das transações online com tokens no Brasil. Após cinco anos da implementação da técnica, 50% das transações online no país já usam a tecnologia, com crescimento de 200% em relação a 2023 e a emissão recente do décimo bilionésimo token.

“Como empresa, a gente acredita que a tokenização é fundamental para tudo que vamos construir, é um caminho sem volta. Acreditamos e apostamos na tokenização de tudo, uma economia tokenizada, e que vai ser pervasiva nas nossas vidas. A gente aposta bastante na tokenização, seja ela a do dia a dia, um dado tokenizado em uma rede privada, seja a tokenização em redes blockchains”, diz.

Nesse sentido, ele explica que a meta da empresa de ser a “rede das redes” envolve a capacidade de realizar a “conexão entre diversos mundos e poder prover as melhores formas de pagar e receber. A tokenização é o fundamento básico disso”.

Juliana Amoroso, gerente de produtos sênior da Visa, pontua ainda que a tokenização em blockchain vai além da tradicional, que oferece um “atributo de segurança” ao usuário, e é capaz também de aumentar a acessibilidade de ativos e a inclusão financeira, atingindo “todos os elos de uma cadeia de valor”.

“A ideia é que, onde tiver movimentação de valores, a Visa vai estar, não importa onde essa movimentação começa, se é com uma stablecoin ou uma moeda fiduciária. É uma estratégia de ser o ponto de encontro, de conectar essas movimentações”, explica.

O avanço da tokenização

Para Amoroso, o avanço da tokenização no mercado ainda depende de mudanças culturais mais amplas na população: “Dentro do nosso mercado, é mais simples, ou mais comum, falar sobre isso, mas quando pensa no cidadão comum é algo muito distante e difícil de entender. Então é uma questão de adoção. Já temos a tecnologia, a infraestrutura para isso e para conseguir que seja interoperável, aceito globalmente”.

A executiva avalia que o processo ainda está no início, nichado, mas que tende a avançar em etapas. Ramos compartilha da mesma visão, destacando que “tem algumas questões que precisam ser melhor resolvidas no mercado, como padronizações. Ainda vivemos em um mundo muito não padronizado pensando em tipos de mensagens, regras de segurança, privacidade”.

Há, ainda, o que ele acredita ser uma necessidade de posicionamentos dos próprios reguladores sobre o futuro da tokenização. Um ponto importante, ressalta, é a definição pelas autoridades dos “trilhos de conexão” que poderão ser usados no mercado.

“A tecnologia blockchain é super desenvolvida já, mas é autônoma e descentralizada. Já os bancos centrais são totalmente centralizadores e reguladores. É preciso resolver como unir os dois mundos”, comenta.

Amoroso pontua que “quando se fala em pagamentos, o primeiro ponto é como garantir a segurança disso. Estamos falando de ativos financeiros, é difícil ainda descentralizar total, por isso que o hibrido pode ser o caminho”.

“Estamos testando casos de uso, tateando, experimentando bastante para definir qual vai ser a topologia de rede central que vamos adotar. Estamos experimentando formas de trabalhar, e ninguém tem uma resposta para isso ainda. Temos redes descentralizadas e autônomas, as de segunda camada, e também os próprios BCs criando redes centralizadas”, pontua Ramos.

fonte:https://exame.com/future-of-money

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